Moebius, o Dólar e o Deslocamento
Instalação realizada para a exposição individual de mesmo nome ocorrida no Espaço de Arte Contemporânea 803e804, Florianópolis.
Ano: 2004
Elementos utilizados: cinco rodas de náilon, uma nota de um dólar recortada em cinco partes formando cinco fitas de moebius. Ímãs e suportes metálicos são utilizados para a apresentação e fixação das fitas de dólar-moebius na parede.
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O Espaço de Arte Contemporânea 803e804 existiu durante alguns meses no edifício de uma galeria comercial situada no centro de Florianópolis, a partir da iniciativa de um grupo de artistas, os quais se encarregavam de sua programação e organização. Duas salas foram cedidas para atividades artísticas pelo proprietário, enquanto se aguardava sua venda. Isto veio a ocorrer justamente no período da exposição aqui documentada, dando por encerrado um ciclo de atividades nesse espaço.
Na sala ocupada pela instalação Moebius, o Dólar e o Deslocamento foram utilizadas duas paredes situadas de frente uma para a outra. Os pontos onde os elementos foram dispostos em cada uma dessas duas paredes encontravam-se face a face e coincidiam em suas posições. Apresentavam-se então de um lado, cinco rodas em náilon branco, e do outro, cinco fitas de dólar-moebius, suas posições coincidindo pontualmente. O visitante não podia vê-las simultaneamente. Nas outras duas paredes da sala encontravam-se respectivamente a porta de entrada e na outra ao fundo, uma grande janela da qual se avistava o entorno e parte do centro da cidade.
Os objetos utilizados nessa instalação eram meios para ao mesmo tempo pontuar e inscrever-se nesse espaço onde se cruzam situações com ênfases artísticas e não-artísticas.
Moebius, o Dólar e o Deslocamento foi concebida como uma proposição ao mesmo tempo prática e teórica para pensar a constituição de uma situação espacial, onde se incluam diferentes pontos de vista e as relações que transitam entre móvel e imóvel, dentro e fora, os valores ou sua ausência.
As questões que o trabalho levantava se relacionam com outras produções minhas como Empreendimento: Ponto de Impacto: Perda de Contato. Mas também com os trabalhos e as atividades desenvolvidas junto ao programa FPES-Perdidos no Espaço, coordenado pela artista Maria Ivone dos Santos, e as indagações que este desenvolve sobre o espaço da cidade, sobre sua constituição, sua construção, suas formas de vida, sobre os limites entre arte e não-arte. |
